Por que eu reteria meu amor e te privaria dele se foi justamente ele que te atraiu até mim? Por que eu deixaria o orgulho me impedir de me expressar se foi justamente por você que eu aprendi que o amor verdadeiro não admite o orgulho? Por que eu deixaria o medo tomar decisões por mim se foi justamente você quem me ensinou o quanto se pode perder quando se tem medo? Por que eu mascararia meus sentimentos e meu jeito de ser se foi justamente você quem optou por me amar exatamente como eu sou?
O excesso de preocupações em relação ao amor pode acabar nos atrapalhando a perceber a verdadeira essência do amor, bem como, o excesso de maquinismos e engendrações com o desígnio de apresentarmos uma melhor versão de nós mesmos pode acabar nos distanciando ainda mais de nós mesmos; e se não sabemos quem somos, como podemos querer ser amados? O que estamos oferecendo à pessoa que amamos?
É natural que queiramos mostrarmo-nos aos poucos, entregar nossos sentimentos em doses razoáveis, em vez de entregarmo-nos por inteiro de vez. É preciso cuidado, no entanto, para que tais preocupações não se transformem em uma paranoia. A obsessão por calcular tudo e jamais deixar transparecerem nossos reais intentos e sentimentos acabará por nos afastar deles próprios, de tal modo que algum dia nem nós mesmos saberemos quais são eles...
"O conhecimento oferece recursos hábeis para o cometimento. No entanto, a espontaneidade não deve ser banida dessa conquista, em razão dos benefícios que proporciona. Uma atitude natural é muito mais valiosa do que aquela que se fez estruturar artificialmente, oferecendo uma postura robotizada.
Por isso, o treinamento não pode eliminar a possibilidade das reações normais, o que tornaria os gestos totalmente destituídos de encantamento e naturalidade.
Certamente, se deve pensar antes de agir, particularmente quando se é defrontado por circunstâncias e ocorrências importantes. Todavia, o gesto afetivo espontâneo consegue muito mais do que as artimanhas e elaborações do intelecto. Ademais, o sentimento puro irradia-se e conquista, enquanto a atitude estudada oferece gentileza mas não espontaneidade."
(Trecho do capítulo 37 do livro 'Amor, imbatível amor', de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco)
Então, por vezes, o melhor a fazer mesmo é correr o risco de sofrer, abrir a porta sem ter medo do que poderá entrar, pagar para ver, arriscar-se, expor-se e dar o que se tem sem medo de não ser suficiente ou de ser demasiado... As chances de ganhar algo realmente verdadeiro são maiores quando o que emitimos é também puramente verdadeiro.
"As pessoas têm que gostar de você pelo que você é. Sem joguinhos. Não tenha medo de se entregar."
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